sexta-feira, 9 de maio de 2014

UMA ANÁLISE SÉRIA SOBRE A PESQUISA DATAFOLHA

O Chocolate com Política reproduz análise do sociólogo Mauro Paulino sobre a última pesquisa do instituto Datafolha, direto do Conversa Afiada.

Mauro Paulino

1. Em 35 dias, a avaliação do governo praticamente parou de oscilar para pior, como vinha acontecendo: ótimo/bom caiu 1 ponto (de 36 para 35%), regular caiu 1 ponto (de 39 para 38%) e ruim/péssimo subiu 1 ponto (de 25 para 26%). As mudanças, ainda que para pior, estão dentro da margem de erro.

2. Caiu 7 pontos percentuais o índice daqueles que acham que a inflação vai aumentar: era de 65%, há 35 dias, é de 58%, hoje. É a primeira vez que esta expectativa negativa cai, desde 2012. Os que acham que a inflação continuará como está (baixa, portanto) eram 22 e agora são 29%. Os que acreditam que vai diminuir eram 6, são 8%.

3. O medo do desemprego diminuiu além da margem de erro nos últimos 35 dias. “O desemprego vai aumentar” caiu de 45 para 42%; “Vai ficar como está” (baixo, portanto) subiu de 30 para 33%; e continuam em 20% os que acham que vai diminuir.

4. Expectativa sobre a própria situação econômica: vai melhorar, 43%, vai piorar, 12%, vai ficar como está, 41%. Expectativa sobre a situação econômica do país: vai melhorar, 26%, vai piorar, 28%, vai ficar como está, 41%. Também neste caso o “ficar como está” não precisa necessariamente ser uma expectativa ruim.

5. A intenção de voto na presidenta, que havia caído 6 pontos entre a antepenúltima e a penúltima pesquisa, nos últimos 35 dias caiu 1 ponto percentual (de 38 para 37%).

6. Dilma ainda ganha em todas as regiões do país. Seu pior resultado é no Sudeste, onde tem 30%, contra 27% de Aécio e 7% de Campos.

7. A Folha informa que Dilma perdeu apoio em municípios pequenos e ganhou em municípios grandes. Cidades com até 50 mil hab.: 48% em abril, 44% agora; cidades com mais de 500 mil hab.: 31% em abril, 34% hoje. Isso é uma boa notícia. O efeito simultâneo de queda nos municípios pequenos e de subida nos grandes é a ” curva indicadora” mais clara do movimento de recuperação.

Este ” U ” ( baixa nos pequenos e subida nos grandes) sempre demonstra que a transmissão de carga negativa está se dissolvendo. Como ela começa normalmente nos municípios grandes e se alastra para os pequenos, quando se detecta esta oscilação positiva invertida (melhor nos grandes pior nos pequenos) é um sinal de mudança (o quadro estaria ruim se tivéssemos o ” O “, o efeito circular - vicioso – de ruim nas duas pontas).

8. As rejeições aos três candidatos são semelhantes e estão separadas apenas pela margem de erro: Dilma, 35%, Campos, 33%, Aécio, 31.

9. Ao contrário do PSDB e do PSB, o PT ainda não exibiu seus programas partidários regionais (previstos para iniciar hoje) e o nacional (dia 28)

10. Na análise que faz da pesquisa, o Mauro Paulino, afirmou: O eleitor está desinformado e demonstra pouco interesse sobre a eleição –metade não sabe dizer espontaneamente em quem vai votar, e o índice dos que cogitam votar em branco ou anular o voto é o mais elevado já registrado nesse período de campanha.

A popularidade de Dilma Rousseff apresenta oscilações dentro da margem de erro, e as variáveis de otimismo em relação à economia melhoraram um pouco, especialmente no que diz respeito à expectativa de inflação.


Mauro Paulino é sociólogo de formação, trabalha há mais de 20 na pesquisa de intenções do eleitorado brasileiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, compartilhe!