Pesquisas-irmãs, com resultados "sob encomenda" |
Duas pesquisas feitas pelo mesmo instituto, sobre o mesmo tema, praticamente no mesmo período e ouvindo a mesma base, podem dar resultado diferente?
As leis da matemática, que regulam a lógica das pesquisas de opinião, dizem que não. Do ponto de vista da legislação eleitoral, quando isso ocorre, é algo no mínimo suspeito.
Mas foi o que aconteceu com a pesquisa encomendada pela CNI ao Ibope, que apontou ontem (27) uma queda de 7% pontos na avaliação positiva da presidenta Dilma Rousseff.
Uma semana antes, no dia 20, levantamento do mesmo instituto apontou que Dilma, com 43% das intenções de voto, seria eleita no primeiro turno, mantendo a performance anterior.
Seria muita estranho uma queda de 7% em uma semana, um ponto percentual por dia.
Mas é mais grave.
A pesquisa divulgada ontem, que aponta queda na popularidade da presidenta, foi concluída antes. E foi, isso mesmo, realizada pelo mesmo instituto, o Ibope.
Para entender você entender melhor, a pesquisa divulgada ontem, encomendada pela CNI, aponta que a avaliação positiva do governo Dilma caiu de 43% para 36%.
O levantamento recebeu o protocolo de número BR-00053, no TSE, dia 21, registrada portanto em data posterior à sua conclusão, com entrevistas entre os dias 14 e 17 de março.
Na pesquisa da semana passada, quando Dilma apareceu com expectativa de ganhar no primeiro turno, as entrevistas foram realizadas entre 13 e 20 de março, conforme o protocolo número BR-00031, registrado no TSE.
Ou seja: a pesquisa que derruba Dilma, segundo os registros na Justiça Eleitoral, foi fechada três dias antes da outra, que mantém a popularidade da presidenta em alta.
Dá pra entender?
(Mas é ainda mais grave. Veja AQUI)
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